quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Companhia do Nosso Jeito é ouro em Campeonato Brasileiro



“A dança significa liberdade”. É assim que a bailarina Aline Rosa, 31 anos, define o seu sonho. “Dançar sempre foi meu sonho, é a liberdade de expressão artística”. Aline Rosa é cadeirante e bailarina da Companhia “Do Nosso Jeito”, projeto desenvolvido pela Fundação Cultural do Pará com oficinas de danças artísticas com usuários de cadeiras de rodas. E uma das participantes do XVI Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeiras de Rodas que encerra, neste sábado (30), sua programação, na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba.

Nesta sexta-feira, 29, oito integrantes do grupo “Do Nosso Jeito” disputaram o campeonato. E o primeiro ouro da categoria estreante veio para o Estado do Pará, com o bailarino cadeirante Walter Mendes, dançando sozinho. Walter Mendes estava ansioso para o evento e muito feliz em poder participar desta edição. “O coração está a mil, é a primeira vez que participo e estou muito feliz em ter conquistado o ouro no single. Fruto de muita dedicação, amor e ensaio pela dança artística”, comemora o bailarino, que também ganhou ouro no duo, dançando com outra cadeirante paraense, Aline Rosa, e foi medalha de prata com a bailarina Jennifer Soares. A programação do Campeonato continua neste sábado, 30, com a Mostra Artística dos grupos participantes.

O principal objetivo da iniciativa, como conta Thays Reis, que é instrutora de dança inclusiva e coordenadora do projeto Do Nosso Jeito, é buscar as habilidades artísticas diferenciadas de cada uma das pessoas participantes, focando nas potencialidades de cada artista. Hoje as oficinas são realizadas às terças e quintas-feiras, na sala de Dança da Casa das Artes, que fica localizada ao lado da Basílica Santuário.

Segundo a técnica em gestão cultural na área de Dança da FCP, Thaís Reis, “a pauta do projeto é promover e difundir a dança inclusiva, destinado a crianças e jovens com deficiência intelectual ou física, síndrome de Down, cadeirantes, deficientes auditivos, entre outras limitações”, comenta.

“Não focamos na deficiência, e sim na potencialidade de cada um deles. Eles são todos tratados como artistas e participam de um processo de criação coletivo, em que todos nós juntos somos responsáveis pelas coreografias e espetáculos que teremos como resultado”, ressalta Thays, afirmando que elementos como a música, a movimentação, o desenho, as cores do figurino e o cenário, são todos pensados em conjunto.

A bailarina Aline Rosa começou como aluna e hoje é instrutora do projeto. Ela conta que sempre quis ser bailarina. “Eu vim ter esta oportunidade depois que me tornei cadeirante e entrei para a companhia Do Nosso Jeito. A dança é uma liberdade. É mostrar que mesmo na cadeira de rodas a gente pode fazer o que quiser, pode ainda realizar nossos sonhos. A cadeira de rodas não nos impede, ela dá uma certa limitação, mas como sempre digo, a limitação é mais de espaço, por exemplo, eu acho que eu posso fazer o que quiser, eu acho não, tenho certeza. Mesmo com limitações físicas, a gente ainda vai atrás do que quer”, comemora Aline Rosa, que deixou de andar aos 18 anos e hoje é muito feliz e realizada como bailarina da Companhia do Nosso Jeito da FCP.


Fonte:http://agenciapara.com.br/Noticia/154019/companhia-do-nosso-jeito-e-ouro-em-campeonato-brasileiro

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